A Origem da Libras: A História e os Primeiros Sinais

A Língua Brasileira de Sinais (Libras) tem uma história rica e que remonta ao século XIX, sendo profundamente influenciada pela educação de surdos no Brasil e por outras línguas de sinais, em especial, a Língua de Sinais Francesa.

As Origens da Libras

A Libras começou a ganhar forma com a chegada de Ernesto Huet, um educador surdo francês, ao Brasil em 1857. Ele foi convidado por Dom Pedro II para ensinar alunos surdos no Imperial Instituto dos Meninos Surdos-Mudos, no Rio de Janeiro, hoje conhecido como Instituto Nacional de Educação de Surdos (INES). Huet trouxe métodos de ensino e sinais da França, que se misturaram com os gestos já utilizados por surdos brasileiros, criando a base da Libras que conhecemos hoje.

Antes da sistematização feita por Huet, as pessoas surdas no Brasil já se comunicavam através de sinais naturais – gestos intuitivos e expressões corporais usados no cotidiano. Com o tempo, esses sinais passaram a ser organizados e estruturados, resultando em uma linguagem mais formal.

Desenvolvimento e Reconhecimento da Libras

Apesar de sua ampla utilização, foi apenas em 2002, com a Lei nº 10.436, que a Libras foi oficialmente reconhecida como uma língua no Brasil. Esse reconhecimento foi um marco na luta pelos direitos da comunidade surda e na promoção da inclusão.

Os Sinais Mais Antigos da Libras

Os primeiros sinais documentados no Brasil surgiram do trabalho realizado no INES. Entre os sinais mais antigos e fundamentais da Libras, estão aqueles relacionados ao cotidiano, como:

Cumprimentos: "olá", "adeus", "sim", "não".

Família: "pai", "mãe", "irmão", "filho".

Educação: "escola", "professor", "aluno".

Religião: "Deus", "oração", "igreja", devido à forte influência da cultura cristã da época.

Esses sinais refletem a necessidade de comunicação básica e essencial das primeiras comunidades surdas no Brasil, abrangendo aspectos familiares, educacionais e religiosos.

A Evolução da Libras

A Libras continuou a evoluir ao longo dos anos, com a criação de novos sinais e a inclusão de influências culturais e regionais. Hoje, ela é uma língua rica e diversa, com variações de sinais de acordo com o contexto e a região do país.