No dia 15 de maio de 2025, celebramos o Dia Mundial da Conscientização sobre Acessibilidade (GAAD). Esta data convida a sociedade a refletir sobre uma questão essencial: quem está realmente incluído na internet?
A campanha deste ano, promovida pelo Movimento Web para Todos, traz uma mensagem clara:
“Estamos aqui: acessibilidade não é favor!”
E não é mesmo. A acessibilidade digital é um direito garantido pela Lei Brasileira de Inclusão (LBI) — e precisa ser tratada com a seriedade que merece.
A web ainda exclui. E isso precisa mudar.
Milhões de pessoas com deficiência no Brasil, incluindo pessoas cegas, com baixa visão, deficiência motora, deficiência intelectual, pessoas surdas e surdocegas, enfrentam barreiras todos os dias ao tentar acessar conteúdos na web.
Para as pessoas surdas, por exemplo, a falta de vídeos com interpretação em Libras (Língua Brasileira de Sinais) ou legendas precisas é uma exclusão direta. Afinal, muitas delas têm na Libras sua primeira língua — e o português como segunda. Ignorar isso significa tornar a informação inacessível desde o início.
Da mesma forma, para quem utiliza leitores de tela, não ter descrições de imagens ou uma navegação adequada é como tentar atravessar uma ponte quebrada. E isso se repete em sites, aplicativos, e até plataformas de serviços essenciais.
Acessibilidade é responsabilidade de todos
Você não precisa ser especialista para começar a transformar. Basta vontade de fazer melhor. Por exemplo:
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Desenvolvedores(as) podem seguir as Diretrizes de Acessibilidade para Conteúdo Web (WCAG).
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Designers podem considerar contrastes, tipografia legível e sinalização visual clara.
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Criadores de conteúdo devem incluir legendas em vídeos, interpretação em Libras e descrições para imagens.
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Empresas e gestores(as) devem incluir acessibilidade no planejamento desde o início.
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Usuários comuns também têm poder: podem cobrar melhorias e dar visibilidade a conteúdos acessíveis.
Ouvir quem vive a exclusão digital
A campanha do GAAD deste ano traz depoimentos reais de pessoas com deficiência, incluindo pessoas surdas que compartilham como a ausência de Libras ou de legendas dificulta sua relação com o mundo digital. Escutá-los (ou melhor, acolher suas vozes e sinais) é o primeiro passo para soluções mais humanas e efetivas.
Estamos aqui — e queremos participar
Acessibilidade digital não é uma tendência, não é uma opção, não é um extra. É o mínimo. É sobre garantir que todas as pessoas possam acessar, entender e se expressar na internet com dignidade.
Neste Dia Mundial da Conscientização sobre Acessibilidade, mais do que divulgar uma data, fazemos um convite: vamos construir uma web verdadeiramente para todos — e com todos.